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Em qualquer empresa, encontram-se pessoas felizes e menos felizes com sua situação profissional. Descontentamento é um importante fator para mudança. “Hate Something. Change Something” foi um conceito explorado lindamente numa campanha da Honda em 2004, mas que serve para a vida.
Muitas vezes não dá para mudar o modo de trabalhar, mas dá para mudar de emprego. Se não dá para mudar de emprego, dá para mudar a atitude em relação ao mesmo. Mas algo precisa mudar ou o resultado será um profissional ativamente não-envolvido.
Um profissional “ativamente não-envolvido” é aquele que, além de não estar comprometido com o sucesso da empresa, atua de maneira a desencorajar outros que estão, contaminando o ambiente com a sua visão negativa.
Numa pesquisa apresentada no ano passado chamada “State of the American Workplace”, a Gallup Poll apurou que nos Estados Unidos 51% dos funcionários estão “não-envolvidos”, enquanto 16% estão “ativamente não-envolvidos”. O que resulta em apenas 33% de “envolvidos”.
O estudo apresenta também várias sugestões de como as empresas podem mudar este cenário oferecendo melhores condições, benefícios e oportunidades aos descontentes.
Durante a minha vida profissional inteira eu fui funcionária. Mudei de posição diversas vezes, mas a minha visão não é de dona de empresa, e sim de alguém que sempre se reportou a um chefe, mesmo sendo chefe de outras pessoas. Existe algo que apenas nós temos a única e total responsabilidade de administrar: a nossa própria carreira. E isso não se pode delegar a ninguém.
Qualquer pessoa que trabalha ou trabalhou como funcionário de uma empresa sabe que aceitar uma oferta de trabalho implica firmar um acordo onde ambas as partes deve ser mutuamente beneficiadas.
É claro que diversos fatores alteram o curso de um emprego. A liderança muda, a promoção tão desejada não acontece, o aumento de salário não vem.
E quando isso acontece, duas opções se apresentam: procurar outro emprego ou permanecer no mesmo.
Permanecer no emprego apresenta ainda mais três opções: procurar mudar a situação com uma nova estratégia e atitude, descomprometer-se e trabalhar no automático ou ficar ressentido e envenenar todos à volta.
A falta de opções de emprego é crucial para qualquer tomada de decisão. Porém, a escolha de se tornar uma pessoa “ativamente não-envolvida” não é tão fácil de justificar. É quase como encontrar um culpado e escusar-se de responsabilidade dali por diante. O que acaba acontecendo é que o funcionário irá, com certeza, tornar-se um pior profissional e depois de algum tempo ninguém mais se lembrará o que veio primeiro: o descaso da empresa com o profissional ou o descaso do profissional com a empresa.
Um outro estudo chamado “Actively Disengaged and Staying” realizado pela AON Hewitt LLC apurou as razões porque os profissionais desmotivados permanecem na empresa. Foi constatado que um dos principais motivos que faz com que essas pessoas não procurem outro emprego é o fato de receberem salários acima da média, o que os torna prisioneiros de uma situação. “Workplace Prisoners” é o nome dado para estes profissionais, no estudo. É demonstrado também que esta situação causa estragos não só no negócio da empresa, mas na vida do funcionário, que passa a sofrer com crises de ansiedade e agressividade.
Numa situação assim, o dinheiro dá as ordens.
É difícil prever exatamente o que nos vai acontecer profissionalmente. É por isso que construir relações e deixar uma boa impressão pelos lugares que passamos é tão importante.
Precisamos estar atentos ao nosso nível de descontentamento, que pode ser normal em muitas ocasiões, mas que, ao se tornar crónico, é um sinal de que alguma mudança precisa ocorrer.
Afinal, até a insatisfação pode se tornar cómoda.
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