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Andrew decidiu tirar um ano sabático com a mulher e os dois filhos, na altura com 10 anos e 8 anos. Decidiu deixar a vida de Londres e partir à descoberta de uma vida nova na Europa.
Foi em Oleiros que encontrou um novo rumo, o seu futuro.
Chegou ao Vale de Moses através do farejo do seu cão na altura, Moisés, que ia também em viagem com a família. Hoje é ali que Andrew e a mulher fazem a sua vida, o seu negócio. Hoje o Vale de Moses é considerado um dos melhores retiros do mundo, segundo o The Guardian.
Esta é uma história cada vez mais comum em Portugal. É-nos familiar. Andrew é inglês e descobriu aquilo que todos nós procuramos na vida: paz, boa comida, ar puro e bem-estar.
Andrew é a prova do potencial do interior de Portugal.
Cada vez mais nos deparamos com vidas idênticas à de Andrew: pessoas que largam tudo para irem à procura de algo, de um sentido, de uma mudança, fugir do stress e procurar a paz interior. E foi precisamente no interior que encontrou essa paz e fez dessa a sua vida.
Hoje diz que não quer voltar a regressar a Londres. Os filhos já lá estão, a estudar. Mas confessa: “eu sei que eles têm saudades disto”.
Fala com um brilho no olhar, calmo e sereno. Nota-se que há harmonia, há algo de mágico em Vale de Moses. Os vales, a calma, o cheiro da terra e das árvores, a harmonia que combina tão bem com o nosso corpo e a nossa mente mas que está cada vez mais distante de nós.
Decidiu criar pacotes de uma semana de prática de yoga, boa comida e muito descanso.
Quem vem são australianos, russos, norte-americanos, ingleses, e por aí fora. Os portugueses ainda não são a maioria dos hóspedes. “Acho que vocês não dão valor ao que têm. Não sabem o quão rico é poder respirar fundo, olhar para as árvores, para a floresta, estar connosco próprios, comer boa comida, biológica. Isso é ouro para os estrangeiros”, explica. Talvez por isso os portugueses ainda olhem para yoga como uma prática de lifestyle, algo para colocar nas redes sociais, trendy, em posições bonitas e ao pôr do sol.
Andrew quer provar que o yoga não é para ser feito uma vez por semana no ginásio, depois de um dia de trabalho stressante, em que durante uma hora obrigamos a mente a relaxar. “Yoga não é isso. Se dissermos em Portugal que vamos uma semana para um retiro de yoga fica tudo a olhar para nós e a pensar o que lá vamos fazer. É mais do que isso. É estarmos connosco, é sentirmos as árvores, é confraternizar com pessoas que não nos julgam, é deixarmos para trás os problemas e levarmo-nos pela beleza da paisagem e da natureza”.
E se pensa que retiro de yoga é sinónimo de detox, passar fome, beber chá e sumos durante uma semana, o Vale de Moses é exatamente o oposto. Aqui a cozinha alimenta a alma, o corpo alimenta-se dos produtos locais e a mente cura a ansiedade e stress diário. É esta a lógica deste local. E talvez seja por isso que é tão especial.
Mas Andrew tem uma missão maior. “Quero mostrar aos portugueses que é possível investir em Portugal. Que há espaço para ver crescer novos retiros, turismo sustentável e ativo. Não é preciso vir um inglês fazer isso. Façam vocês próprios. Encontrem-se com o vosso país. E abracem-no todos os dias. Ele merece e vocês também”.
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