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Cada vez mais pessoas
definem-se como marcas. Ver-se como uma marca nada mais é do que saber se
promover, conhecendo e entendendo como melhor comunicar as suas habilidades e experiências.
Hoje em dia a reputação online gera valor económico e o chamado valor social
através da visibilidade promovida pela marca pessoal.
Entendo perfeitamente os
benefícios de humanizar uma marca, mas questiono o caminho oposto: será que
todas as pessoas - mesmo aquelas que não estão ativamente cultivando uma
carreira de influencer - precisam mesmo ser uma marca?
Numa pesquisa para este
artigo, tive dificuldade em encontrar opiniões contrárias. Parece estar
estabelecido que este é o caminho a seguir. Se você não tem uma marca pessoal,
algo está errado.
Quando pensamos numa marca,
pensamos em atributos, tom de voz e uma estratégia pré-determinada que guia
todo o seu comportamento. Gosto de acreditar que somos muito mais flexíveis do
que isso. Pessoas mudam de ideia, experimentam, arriscam, evoluem, erram,
voltam atrás, se reinventam.
Marcas têm rótulos, pessoas
não.
Jenny Odell, a autora de
“How to Do Nothing” - um dos livros mais geniais que li recentemente - aponta
como nas redes sociais é esperado que uma pessoa seja tão consistente e
atemporal como uma marca. E como esta desumanização ignora as ambiguidades,
contradições e os processos que nos tornam humanos.
Acredito que quando uma
pessoa se torna uma marca, ela passa a criar uma expectativa de consistência e
mais do que isso, ela sofre uma constante vigilância das suas opiniões. No
mundo online não é permitido mudar de ideia publicamente ou ir além da nossa
identidade pré-estabelecida. Justifica-se assim toda essa intolerância que
vemos nas redes sociais.
Hoje em dia, o verbo
cancelar ou deletar é bem mais popular do que o verbo dialogar.
E assim como as marcas
comunicam os benefícios de um produto, as pessoas comunicam as suas conquistas.
Consequentemente a autopromoção torna-se a base da comunicação.
E aqui vem um outro ponto
que me faz pensar: marcas vulneráveis são consideradas fracas. O mesmo acontece
com pessoas?
Num mundo de “personal
brands” há pouco ou nenhum espaço para partilhar vulnerabilidade, falhas ou
incertezas. Em outras palavras, ignora-se assim tudo aquilo que faz parte de
qualquer carreira de sucesso.
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