E se o sucesso de uma empresa fosse medido pelo quanto partilha os resultados com os colaboradores, e não apenas pelos lucros destinados aos acionistas?

Há histórias que nos fazem pensar…. Vi uma reportagem sobre a Potter Global Technologies, nos EUA, uma empresa que fabrica equipamento de proteção contra incêndios, que me fez refletir sobre como algumas empresas estão a transformar a forma como gerem os lucros e recompensam os seus colaboradores.

E qual foi a mudança de paradigma que esta empresa fez? Os trabalhadores já não são apenas meros funcionários, são também coproprietários. Quando a KKR adquiriu a empresa, foi-lhes dada a oportunidade de possuir uma fatia do negócio. Sim, além do salário, eles ganharam uma participação real na empresa e, mais do que isso, uma voz no seu funcionamento diário. Ou seja, cada decisão tomada afeta diretamente o futuro dos trabalhadores.

É fácil antever o impacto quando o sucesso da empresa não fica apenas no topo da pirâmide, mas é partilhada por todos. Stavros, um dos responsáveis da KKR, explicou de forma simples a lógica desta abordagem: “ao dar aos trabalhadores uma parte dos resultados, eles ficaram mais motivados e empenhados”. E quem não ficaria? Sabendo que, à medida que a empresa cresce, todos beneficiam e que o esforço individual é recompensado financeiramente.

O objetivo a longo prazo? A KKR pretende vender a Potter Global Technologies dentro de alguns anos. Se essa venda acontecer, todos os colaboradores terão uma parte dos lucros, proporcional ao tempo que passaram a contribuir para o sucesso da empresa. Para muitos, isto poderá significar uma verdadeira mudança de vida, oferecendo-lhes uma segurança financeira que não teriam apenas com os salários.

Este exemplo mostra como novos critérios podem impactar tão positivamente o resultado das empresas. O sistema de partilha de “recompensas” está a mudar a forma de fazer negócios, e como as empresas se posicionam no mercado. Não se trata apenas de gerar lucro para os acionistas, mas de garantir que todos os que contribuem para o sucesso da empresa possam partilhar dessa prosperidade. Num tempo em que falamos tanto de desigualdade e de acesso limitado a oportunidades, este tipo de prática oferece uma visão mais justa e humana do futuro das empresas.

Terá chegado a hora de mais empresas adotarem este modelo e transformarem o mercado de trabalho? Quando o impacto da responsabilidade social corporativa (RSC) assumir um papel central no debate sobre o futuro das empresas, a partilha de lucros e da gestão com os colaboradores destacar-se-á como uma das mais poderosas ferramentas de transformação. Este é o novo legado: um futuro em que o sucesso empresarial é medido pela prosperidade partilhada por todos.