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A inovação é primordial para o sucesso empresarial, mas muitas empresas hesitam em abraçar a incerteza necessária para inovar, por medo do erro.
É fundamental distinguir entre erros inovadores, que ocorrem ao explorar novas ideias e são essenciais para o desenvolvimento, e erros por incompetência, resultantes de falta de conhecimento ou preparação, que apenas trazem repercussões negativas.
Temer o desconhecido é um obstáculo ao progresso. Empresas de renome mundial, com produtos inovadores, como Apple, Netflix e AirBnB enfrentaram críticas iniciais, provando que a curiosidade deve substituir o medo. A Google promove uma cultura de erro, sabe que os fracassos são etapas necessárias na jornada da inovação. A esta metodologia chamam “fail fast”, assumir que há coisas que vão falhar mas que vão ajudar a definir a próxima iteração. O objetivo é, em ciclos curtos de tempo, chegar ao objetivo o mais rápido possível, para minimizar custos ou contrariedades maiores. Projetos de mudança de longo prazo tendem a ter mais controlo e menos erro, mas têm mais esforço, custos e muitas vezes quando chegam à reta da meta já estão obsoletos.
No setor da Hospitalidade, que conheço bem, a cultura de aceitar erros é menos visível, mas empresas como a Virgin Hotels, Generator Hostels ou Selina adotam esta filosofia para agitar o paradigma e melhorar a experiência do cliente de forma continuada.
Em Portugal, o NEST - Centro de Inovação do Turismo - tem como missão promover soluções inovadoras na cadeia de valor e é muito inspirador o trabalho que desenvolvem. E quando o peso do setor no PIB nacional é superior a 16% é crucial que haja apoio ao desenvolvimento de novas ideias, à experimentação de projetos e à capacitação das pessoas em diversos domínios do complexo ecossistema do turismo.
Para inovar com sucesso é necessário verificar-se aplicabilidade em contexto de negócio, seja pela melhoria de receitas, redução de custos e / ou melhoria da experiência do cliente. As organizações que incentivam a implementação de uma política de "falhar rapidamente, e aprender ainda mais depressa" conseguem que pequenos passos acumulados conduzam a grandes transformações.
Para combater ambientes onde errar é mal visto trago 3 ideias:
- A comunicação e educação sobre os benefícios dos erros como oportunidades de aprendizagem são essenciais. Um exemplo inspirador é a criação do molho Worcestershire, nascido de uma falha que se transformou numa inovação culinária após ser reavaliada anos mais tarde. O que hoje é bom, amanhã pode não ser e o contrário também é válido.
- Implementar pequenos projetos que permitem erros controlados, como lançar uma iguaria experimental antes de mudar o menu do restaurante, demonstra a capacidade de dar valor ao erro. Fazer a prova de conceito, permitindo ajustes baseados no feedback dos clientes e fomentando uma cultura de inovação contínua, não precisa de ser complicado. Premiar a melhoria é uma tática básica.
- É crítico aplicar o feedforward construtivo, em que o foco está no futuro e na melhoria contínua. Em vez do profissional se fixar em erros passados, é mais produtivo aprender com eles e focar-se no que pode fazer melhor da próxima vez. Estabelecendo metas progressivas, o medo de falhar ou de desapontar pode ser transformado numa ação positiva.
Enfrentar o medo de errar é fundamental para a inovação. Encorajar a curiosidade, testar possibilidades, aceitar o erro e estabelecer objetivos alcançáveis são práticas essenciais para quem quer o progresso. Quem não erra, não inova, e estagnar é sinónimo de criar problemas futuros.
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