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Definir o
valor de uma ideia é diferente de orçamentar um projecto. Fazer um orçamento é
mais fácil. Estimam-se as horas, a senioridade de quem trabalha, sabe-se o
valor por hora e fazem-se as contas.
Mas se eu perguntar ao leitor quanto custa uma ideia, em
geral, é quase certo que responderá “depende”. E eu concordo. Quanto melhor for
a ideia, mais deveria valer. Mas o mercado da comunicação nunca soube cobrar
por ideias, exactamente por elas serem matéria subjectiva e intuitiva. É mais
fácil cobrar pela execução, pelo tempo que ela demora a desenvolver e a
produzir, porque isso é mais fácil de medir, comparar e justificar. E os
negócios precisam muito desse lado do cérebro.
Esta pergunta para a qual não há uma resposta simples vem a
propósito dos briefs abertos do Clube Criativos, que criámos este ano para
mostrar talento jovem. Um dos objectivos do CCP é dar palco a uma nova geração
de gente boa. Se o Festival é uma referência para mostrar o trabalho dos pros e
distinguir as melhores agências, produtoras e estúdios, os concursos de jovens
criativos servem para encontrar a nossa seleção de esperanças.
Por isso apoiamos os Young Lions; promovemos o High
Potentials, o Greatness Challenge e o Creative Express, todos com o ADC/E; e
organizamos a Portfolio Night com o One Club de Nova Iorque. Mas este ano, com
o Covid19, sem Festival de Cannes e sem eventos físicos, como podíamos chamar
os jovens criativos? E como podíamos manter esta montra aberta para quem
contrata? Dependemos destas caras novas para ter um mercado diverso e com
capacidade de se renovar. E foi assim que nasceram os Briefs Abertos CCP.
O grande prémio destes concursos é a reputação, moeda
valiosa quando estamos a começar e ninguém nos conhece. Mas na falta do palco
internacional, quisemos aproveitar estes briefs locais para lembrar que a
reputação é importante mas não chega. Ela sozinha não paga contas. Por isso, os
vencedores receberão um prémio em dinheiro, ainda que simbólico. Mesmo sendo
impossível saber quanto vale uma ideia antes dela existir. Mesmo estando a
premiar, na maioria dos casos, uma intenção e não um projecto acabado.
Vamos oferecer um prémio de 1000€ a cada vencedor. Alguns
acharão ridículo pagar 1000€ por uma ideia. Outros pensarão que muitos destes
criativos ganham isso num mês. Mas voltamos ao princípio. É difícil saber
quanto vale uma ideia antes dela existir. E se estes 1000€ servirem para
recordar que uma ideia tem valor e deve ser paga, eles já valeram a pena.
1000€ não pagam uma equipa a trabalhar durante semanas nem
pagam um processo de trabalho sénior entre duas empresas. 1000€, neste caso,
premeiam o trabalho de um jovem em resposta a um briefing, e servem para
recordar que ter ideias, para um criativo, também é um negócio.
Na semana passada, nas conversas do CCP entre o Hugo Veiga e
o estúdio Pacifica, o Pedro Mesquita brincava sobre quem faz logotipos por 5€ e
que eles, Pacifica, não se queriam posicionar aí. Dá muito trabalho construir a
reputação de um estúdio como Pacifica, e talvez o bom trabalho comece assim.
Quando te posicionas como criativo, além de decidires que produto especial tens
para oferecer, tens que decidir quanto é que ele vai custar. No caso dos briefs
abertos do CCP, ele pode começar por custar 1000€ se servir para te pôr no
mapa. Oxalá seja um primeiro valor simbólico que nos ajude a valorizar o
talento e o bom trabalho.
Os briefs abertos são uma iniciativa CCP com os Jogos Santa
Casa, Worten, DeltaQ e Maat. Dirigem-se a jovens criativos até aos 30 anos e as
propostas podem ser entregues até 7 de outubro.
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