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Aquele headline para captar
atenções. Mas em 2021, precisamos de colocar mais coisas no mundo
que se pareçam menos com publicidade e mais com…bom, com qualquer
outra coisa.
E por ‘qualquer outra coisa’
não falo com desdém do que quer que essa outra coisa se refira.
Muito pelo contrário. Quero que essa ‘qualquer coisa’ venha
completamente imbuída de significado, de narrativa e de valor
acrescentado. Qualquer coisa. Por outras palavras, gostava de ver
menos filmes banais de 20, 30 ou 60 segundos com arcos previsíveis –
e aborrecidos - na história. É de lembrar que o ‘storytelling’
não é assim tão importante. Ou melhor, é, mas é apenas um meio
para chegar a um fim. E este é o maior problema de algumas agências
por esse mundo fora, e outros tantos criativos. “É preciso contar
uma história. Precisamos de boas histórias. Somos contadores de
histórias desde os tempos das cavernas à volta da fog…..”.
Tretas.
São apenas um meio para chegar a um fim. E esse fim é sempre uma
emoção despoletada. Qualquer ela que seja. Positiva. Negativa. Que
leve a uma acção. Fazer outras pessoas sentirem algo é o
derradeiro sentido do ‘craft’ de que tanto se fala. E hoje em
dia, levar as pessoas a sentirem algo, de tão adormecidas que andam,
ou com opiniões tão extremadas pelas redes sociais, as marcas e as
empresas precisam de se chegar à frente e defender algo. Um
posicionamento público sobre um qualquer tópico que lhes diga
respeito. E com isso, atraírem o seu público-alvo, que pensa da mesma
forma, qual exército consumista cuja compra de um artigo é encarada
como um voto. De confiança.
A
máxima: “Eu defendo isto. Logo eu não defendo isto. E como tal,
sei bem quem vai estar do meu lado e quem não vai estar” é
imperativo. Chega de briefings cujo target-audience é: “Toda a
gente, dos 18 aos 65, norte a sul do país”. Que é isto? A NIKE é
exímia em não fazer briefings para ‘toda a gente’. E está
tranquilíssima em afastar milhares de pessoas que não lhes interessa
minimamente.
Para mim, a melhor
acção/campanha/qualquer coisa de 2020 foi feita pela empresa
Patagónia, marca de roupa para actividades outdoor e montanhismo.
Por outras palavras, para amantes da Natureza. E quem é não ama a
Natureza? Pois claro, o senhor Trump. E como tal, a Patagónia disse
aquilo que toda a gente pensava e queria dizer em voz alta,
directamente no seu ADN. Neste caso, na sua etiqueta. “Vote
the assholes out”. 4 palavrinhas que significam tanto. Aquela emoção desencadeada de
“Sim, eu tenho de comprar isto. Sim, eu tenho de votar aquele tipo
fora da Casa Branca.”
Um
tweet que foi viral. Fãs a colocarem as suas fotos online. Artigos e
mais artigos sobre a coragem de dizer o óbvio para a Patagònia.
Uma etiqueta.
Qualquer
coisa.
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