Portugal acerta o passo em Milão

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Por Maria José Martins, com Cristina Amaro
Portugal acerta o passo em Milão
19 de Setembro de 2018
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Maria José Martins | Cristina Amaro
Diretora Criativa de Conteúdos | Autora e Diretora Editorial
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Encerra hoje mais uma edição da MICAM. A maior feira de calçado do mundo recebeu este ano a maior presença de sempre de empresas portuguesas.

É preciso ter boas solas para percorrer os milhares de metros quadrados que se transformam em montras do melhor que se faz na indústria de sapatos. Do luxo ao calçado desportivo, há um pouco de tudo e para todos. Da criança ao homem. Mas sem dúvida que a mulher continua a ser a que mais merece a atenção dos fabricantes. E a indústria portuguesa não é exceção.

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Este ano, Milão recebeu 96 representações do Made in Portugal. Desde os fabricantes em regime de private label, uma tradição no nosso país, aos que apostam cada vez mais num trabalho de criação e desenvolvimento de marcas próprias. As empresas de sapatos são a maior fatia, com 91 stands, mas as empresas de malas e acessórios também marcam presença.

A APICCAPS, associação que representa o sector, tem aqui um papel determinante e é a sua equipa que assegura toda a logística que leva meses a organizar. Dizem as empresas com quem estivemos em Milão, que os processos operacionais são uma das grandes vantagens neste trabalho conjunto. Mas a promoção é tão ou mais importante. Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da APICCAPS, diz que os 2 milhões de euros de investimento que se faz nesta feira são muito importantes para a indústria: “Aqui fazem-se muitos contatos. Mesmo que não se façam no imediato muitas vendas, é a partir daqui que se criam oportunidades a médio-longo prazo”. E reforça: “É fundamental esta consistência na presença das empresas na MICAM e a sua organização no espaço físico da feira de acordo com o segmento e posicionamento de cada marca. Quem vem comprar não quer perder tempo. Quer encontrar os fornecedores nos pavilhões certos".

Deslumbrados por todo o look fashion do ambiente da feira, onde passadeiras vermelhas nos levam a desfilar o olhar por milhares de sapatos, esquecemos o trabalho que se faz nos bastidores e que absorve muito deste investimento.

A presença nacional, a maior numa ação de promoção externa, envolve alguns números que vale a pena partilhar: 28 camiões TIR viajaram de Portugal para Milão, 80 pessoas trabalharam ininterruptamente durante 10 dias para montar a operação e mais de 9 mil sapatos foram transportados para fazer jus à campanha Portuguese shoes, design by the future. Para ter uma ideia, cada feira pode levar até 5 meses a organizar. Desde as inscrições das empresas até ao momento de abertura.

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Uma curiosidade: Não são raras as vezes que nos recebem com um sapato de cada cor e estilo. Mais do que moda, é consequência de apenas estar disponível um sapato de cada modelo.


Portugal não pode desacelerar o passo nestas iniciativas de marketing. Principalmente agora, que já é um dos players mundiais mais reconhecidos. Afirmou-se como a "Indústria mais Sexy da Europa" e nos últimos 8 anos cresceu consecutivamente nas exportações. “Em 2017 o setor exportou mais de 82 milhões de pares de sapatos no valor de 1,965 milhões de euros. A indústria coloca hoje 95% da produção nos mercados externos e emprega mais de 40 mil trabalhadores em 1526 empresas", refere Paulo Gonçalves.

Para mostrar que o país está orgulhoso dos passos seguros que as empresas têm vindo a dar nos mercados externos, Ana Lehmann, Secretária de Estado da Indústria, foi também visitar a feira no primeiro dia, e passou pela exposição de algumas das marcas portuguesas. Aos jornalistas realçou a capacidade de transformação do sector nas últimas 4 décadas, tornando-se numa referência de "qualidade e inovação”. As dificuldades do sector foram muitas vezes referidas pelos empresários durante a visita, mas Ana Lehmann deixou sempre palavras de incentivo, reforçando a importância de cada empresa ali presente e o seu contributo para a economia nacional. À Secretária de Estado os empresários prometeram não desistir e continuar a inovar para diferenciar as nossas marcas.

O modelo competitivo e de sucesso da industria do calçado, coloca Portugal nos principais produtores mundiais, apresentando o segundo maior preço médio de exportação, a rondar agora os 26,54 dólares, de acordo com dados da APICCAPS. De destacar ainda que este preço médio do calçado português é praticamente o triplo do praticado a nível mundial.

Marcar o passo no calçado mundial

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O calçado italiano continua a ser o nosso grande rival, mas passo a passo as empresas nacionais vão fazendo o caminho da afirmação. O made in Portugal surge no layout de muitos stands revelando a chancela de qualidade da marca. Fátima Lopes, que há cerca de 5 anos marca presença nas duas edições anuais da MICAM, não tem dúvidas que é importante o setor estar unido: "enquanto na moda os criadores se afirmam per si, no calçado é diferente. O trabalho que a APICCAPS fez, de puxar pelo lado do design e da qualidade, com campanhas de comunicação como a da " Indústria mais sexy da Europa", foi fundamental" sublinhou a estilista, que tem nas prateleiras do seu stand vários modelos com saltos inovadores patenteados.

Este é um dos elementos de diferenciação na aposta no segmento do calçado. Luís Onofre, atualmente Presidente da APICCAPS e uma grande referência no segmento do luxo português, destaca a importância desta feira para mostrar ao mundo o que se faz bem em Portugal. O designer falou ao Imagens de Marca enquanto criador e presidente da associação, num registo mais informal mas sem nunca esquecer a responsabilidade e o desafio que tem em mãos. Uma reportagem que pode ver na SIC Notícias e aqui no IM online, a partir de 29 de setembro.

Uma das curiosidades dessa conversa com Cristina Amaro, Diretora Editorial do IM e rosto do programa na SIC Notícias, é sugerir que os designers de calçado estejam atentos aos tradicionais Borda d´Água, técnica que a sua mãe já usava e que hoje ajuda a orientar a criatividade. As opções mais adaptadas às mudanças climatéricas são imprescindíveis numa coleção. A versatilidade e os modelos que possam usar-se entre estações são apostas para garantir o sucesso.

Sucesso passo a passo...

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A Softwaves, uma das marcas que descobrimos ao pisar os corredores dos 7 pavilhões onde se encontrava a representação portuguesa, investe na tecnologia de conforto aliada à frescura da moda. Esta tem sido a chave para conquistar um lugar nas lojas internacionais. Marcelo Santos, CEO da Softwaves, afirma que é preciso incorporar a inovação para tornar menos voláteis outros aspetos do calçado.

As palmilhas com "memória" que esta marca produz são um aspeto muito valorizado pelos mercados da Europa central e que estão dispostos a pagar mais de 120 euros por um par de sapatos. São estes mercados a grande aposta da marca fundada há 17 anos, como também terá oportunidade de ver na entrevista que iremos disponibilizar com a emissão da SIC Notícias..

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A Softwaves, tal como tantas outras marcas portuguesas, tem uma história de empresa familiar por detrás. Também ela ganhou novas solas com as gerações mais jovens. Miguel Moreira dá os primeiros passos com uma marca própria ao fim de muitos anos a produzir em regime de private label. É filho de artesãos do calçado e criou há dois anos a Gladz. Inspirado na palavra glad (feliz) quis trazer para a sua marca mais felicidade e tem feito um percurso que também vale a pena conhecer melhor nos próximos dias. A marca inspira-se em ideais feministas e tem já clientes em vários mercados internacionais, sendo o Japão um dos mais relevantes.


São histórias como esta que ouvimos a cada passo que demos na segunda edição da MICAM em 2018. Histórias de sapatos que iremos fazer sair de cada caixinha ao longo dos próximos dias e que pode ver na emissão especial que o imagens de marca irá emitir no final do mês.

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