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Por esta altura já muito se escreveu, falou e comentou sobre o caso da
bofetada de Will Smith a Chris Rock em plena cerimónia de entrega dos Óscares.
Também já sabemos que
Chris Rock fez questão de manter o ambiente positivo no seu primeiro espetáculo
pós noite de Óscares, que, quando começou o espetáculo, um dos fãs
gritou: "O Will Smith que se fo**" e que Rock de imediato
corrigiu o sucedido dizendo "não" várias vezes.
Então, porque trago o
tema para aqui? Porque, do meu ponto de vista, a atitude de Will Smith
transformou aquilo que em Relações Públicas apelidamos de goodwill em badwill,
ao mesmo tempo que mostrou ao mundo ser péssimo a comunicar.
O circo é um
espetáculo magnífico, onde os palhaços dão cor, alegria e sobretudo arrancam
gargalhadas à plateia. No entanto, há pessoas que têm medo de palhaços. E o que
fazem? Conheço algumas que abandonam por momentos a sala ou a tenda e regressam
após a atuação. Ou seja, aqueles que têm como missão fazer rir o público (mesmo
quando os próprios choram por dentro) não agradam a todo o público, mas nem por
isso são agredidos. Se transpusermos este exemplo para a profissão de
humorista, a aceitação por parte do público é semelhante à aceitação que o
palhaço recebe: há quem aplauda e vibre; há quem deteste.
No caso do palhaço
poderemos estar perante traumas de infância – a Psicologia não é a minha
especialidade –, mas no caso do humorista o que poderá estar em causa? Os
limites do humor? Mas, será que queremos humoristas com limites? Aceitar uma
piada não é mais democrático do que proibir que seja dita?
As respostas têm de
ser democráticas, sendo certo que em nenhuma será aceite a violência.
Independentemente de a piada ser boa ou má, teremos sempre pessoas a rir e
outras a não achar piada ou graça nenhuma.
Mas o humorista, tal
como o palhaço ou o canalizador que chamei para resolver o problema do cano que
rebentou na cozinha, ou o mecânico que me fez a revisão do carro, apenas, e só,
está a desempenhar a sua função. Não é porque o cano que o canalizador reparou
voltar a rebentar que chego ao pé dele e resolvo a situação à bofetada. Não é
porque não gosto de palhaços que me levanto e dou um tabefe naquela cara que
tem sempre um sorriso exagerado.
Em Portugal, temos
profissionais muito competentes e os humoristas não são exceção. Veja-se o caso
de Bruno Nogueira e a forma como o público acarinha humor feito com base na
vida real e com temas nada fáceis ou simpáticos de abordar no nosso dia-a-dia.
Voltando ao caso da
bofetada de Will Smith a Chris Rock, poderíamos ter assistido a um verdadeiro
momento de relações públicas, de verdadeiro goodwill, se o ator,
que parece não ter gostado da piada do comediante, apenas não tivesse aplaudido
ou sorrido. Ou se quando subisse ao palco, para receber o seu Óscar, tivesse
aproveitado a situação para, ali, “honrar” a mulher e eventualmente
abordar/chamar à atenção para os malefícios da doença de que a senhora padece.
Que grande exemplo Will Smith nos teria dado e que goodwill teria
gerado para a sua imagem, para si próprio e, atrevo-me, para todos nós. Em vez
disso, dá aso ao aparecimento de um novo termo para as Relações Públicas: badwill.
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