“Quando dança, pode desfrutar do luxo de ser você.” – Paulo Coelho

Estamos numa época que geralmente serve para refletir sobre a vida, fazer promessas para o futuro e pensar no que é verdadeiramente mais importante para cada um de nós.

Naturalmente todos temos preferências e prioridades, mas vou desafiar-vos a pensar na importância da dança.

O ser humano foi feito para dançar. Na realidade, trata-se da forma mais primordial de comunicação, mas também aquela que mais espelha o nosso estado emocional. Num mundo sedentário e stressado, tem-se mostrado que dançar apenas 10 minutos por dia pode resultar em inúmeras vantagens físicas e psicológicas. Será que existe melhor época do que esta para começar a criar um hábito de dança?

Existem diversos estudos que demonstram que a dança muda a nossa forma de pensar, de sentir e melhora a nossa autoestima.

Desde logo, a dança ajuda com a nossa capacidade de memorização. A capacidade de aprender uma coreografia intrincada, com um conjunto de passos, padrões e sequências não é para todos! E, ao contrário de outras tarefas, na maioria dos casos não existem auxiliares de memória. Ou seja, é preciso contar apenas com a nossa cabeça.

A própria coordenação exigida para executar uma dança, seja ela simples ou complexa, contribui para o aumento da neuroplasticidade do cérebro. A capacidade de criar novas conexões e de síntese de informação é de extrema importância.

Para um gestor ou marketeer, a maior importância da dança é que a mesma estimula a criatividade. A espontaneidade e liberdade da dança não estruturada desafia-nos a pensar de forma distinta. Por outro lado, a dança ajuda na oxigenação do cérebro e muda a nossa perceção do espaço. A dança cria modelos cognitivos e melhora a nossa agilidade mental. A dança não se resume apenas a uma atividade aeróbica. Por estimular a capacidade de alternar entre tarefas, a dança promove a flexibilidade cognitiva, que é, como quem diz, sermos capazes de agir e responder às mudanças dos fatores ambientais. Esta flexibilidade contribui para o pensamento lateral que é essencial para a resolução de problemas e de tomada de decisão de qualidade. Soma-se ainda a isto a dança ser uma atividade criativa, o que por si só se torna uma fonte de inspiração e criatividade para outras atividades.

A prática de dança também se traduz em benefícios para a saúde mental. Existem diversos estudos que mostram melhorias na depressão, ansiedade e trauma. Quando dançamos libertamos endorfinas e reduzimos cortisol. Assim, dançar pode ser uma ótima estratégia para melhorar o nosso humor, relaxar e reduzir stress.

A idade ou tamanho também não devem servir de desculpa para não dançar. Não apenas porque nos faz feliz, mas porque tem um conjunto de vantagens para a nossa força, flexibilidade, capacidade pulmonar, densidade óssea, e saúde cardíaca.

Por fim, numa época que pede empatia e cuidado com o outro, a dança torna-se ainda mais relevante pois é um instrumento de coesão social. A dança em vários formatos e estilos foi sempre um instrumento extraordinário de sentimento de comunidade. Uma boa dança coletiva consegue levar os participantes a um estado de quase transe.

A título de exemplo, as raves desenvolveram uma cultura baseada em liberdade de expressão, não convencionalismo e sublinhadas por paz, amor, unidade e respeito. A música techno que é associada às raves é tocada por DJs que são mestres em criar sintonia de grupo. A música típica de uma rave é tocada a 120-130 batidas por minuto (bpm) que é equivalente ao batimento cardíaco de um jovem adulto saudável enquanto o mesmo pratica esforço físico moderado. Um bom DJ alterna entre este ritmo basal com momentos de pico entre 160 e 220 bpm, próximo ao ritmo cardíaco máximo. Na fase de intensidade máxima, não existe coreografia ou planeamento, mas antes um estado em que a dança torna-se espontânea, automática e coletiva. Dito doutra forma, produz um efeito de grupo orgânico.

Não há dúvida que a dança é poderosa! Eu comecei a dançar ballet com 3 anos de idade e ainda hoje quando preciso de libertar stress ou ganhar inspiração, ponho a música bem alta e danço! Não importa se danço bem ou mal, mas faz-me sempre sentir feliz!

Em síntese, a dança é fonte de satisfação, é uma parte intrínseca do ser humano, está assente na comunicação e traduz-se em inúmeras vantagens físicas e mentais. Assim, nesta época, aproveite e experimente o poder da dança. Dance sozinho, com a família, na rua, ou em casa, mas ponha o seu corpo a trabalhar para sentir as vantagens a nível mental! No limite ajudará a dissipar algum stress associado a época das festas e queimará algumas calorias dos coscorões ingeridos! 😉

Finalizo com uma citação que resume tudo o que a dança representa para mim – “Numa sociedade que venera o amor, a liberdade e a beleza, a dança é sagrada. É uma oração pelo futuro, uma recordação do passado e uma alegre exclamação de agradecimento pelo presente.” - Amelia Atwater-Rhodes

Let’s Dance, dance, dance!

A todos umas Festas Felizes!