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Há uns dias, o World Economic Forum publicava resultados de um estudo da Ipsus que dizia que 9 em cada 10 pessoas querem um Mundo que seja mais justo e igualitário, depois da Covid-19.
Assim, no imediato, partilho em absoluto com esse desejo. Mas, enquanto aceno em concordância com esta afirmação, surgem-me algumas questões: o que querem exatamente dizer com "mais justo e igualitário"?
Estes dois adjetivos - justiça e igualdade - aliados à "Liberdade" têm sido as premissas da Era da Informação que desde os Anos 2000 tem como bastião assegurar o acesso à Informação ao maior número de pessoas possível, através da Internet.
Apesar de ainda estarmos longe do Internet for All, a maioria da população (59% segundo o estudo da We Are Social de janeiro de 2020) está, sem sombra de dúvida, com mais acesso à informação. Mas será isto sinónimo de mais conhecimento?
Por vezes pergunto-me de que nos serve ter tanta informação? Informação ao segundo, ao minuto, em vários ecrãs, das mais variadas fontes, oficiais e não-oficiais.
De que serve tanta informação se ela é gerada pela pressão de gerar informação? Se é comunicada irrefletidamente, sem validação. E se, da mesma forma que é propagada é desmentida e rapidamente substituída por uma "nova verdade"... que também ela terá um prazo de validade curto.
Esta reflexão leva-me de volta ao estudo da Ipsus e a malfadada Covid-19.
Não estão cansados de verem os Governos e Entidades oficiais um pouco por todo o Mundo a serem escravos da partilha de informação? Diariamente, tenham ou não o que dizer, precisam de falar, de argumentar, de recomendar, de impor. Já podem dizer o que quiserem pois no dia seguinte podem vir a público, com a mesma cara, sem qualquer remorso ou peso de consciência, desmentir o que disseram na véspera, dar novas e opostas orientações, negar o que haviam afirmado… E nós aceitamos! Só não podemos é "ficar sem informação"!
E vivemos assim: Verdades, desmentidos, boletins informativos, correções aos boletins informativos, números a subir, a descer, aumentar, a estagnar, a Norte, a Sul, mais novos, mais velhos….
Resultado: vivemos num alvoroço, estamos inseguros, stressados e com medo e sem capacidade de conseguir tomar uma decisão com um mínimo de certeza do que estamos a fazer.
É verdade que o acesso à informação é sinónimo de justiça e igualdade. Mas não estará a febre de ter mais e mais informação a minar o nosso conhecimento?
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