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"A história da publicidade em Portugal" é a mais recente obra de Eduardo Cintra Torres, que analisa toda a história publicitária de Portugal.
Dos pregões às redes sociais, a obra de Eduardo Cintra Torres, publicada no âmbito dos 150 anos da Fundação Amélia de Mello, analisa todo o período histórico da publicidade nacional e está dividido em seis capítulos, consoante as épocas de maior relevância para o setor em Portugal.
O Imagens de Marca esteve à conversa com o autor numa entrevista que pode ver acima, e viajou no tempo para reunir os principais pontos de viragem da sociedade portuguesa que impactaram e elevaram a indústria publicitária.
Antes de 1820
Aos olhos do autor, os primórdios da publicidade começam nos grandes centros urbanos, por haver a necessidade de dar a conhecer a oferta a quem a procurava nas cidades. A mais antiga forma publicitária que se conhece é o pregão, o ato de anunciar publicamente em voz alta. Os letreiros e as tabuletas também são típicos da época.
Com a chegada da tipografia, no século XIV, chega também a publicidade impressa, mas o fraco desenvolvimento do capitalismo e a censura à imprensa, sobretudo durante a ditadura pombalina, afetaram a imprensa e, consequentemente, a publicidade impressa.
1820 - 1865
A Revolução Liberal de 1820 marcou o início de um novo paradigma da publicidade. A publicidade impressa começa a ganhar alguma expressão na ilustração e surgem novos meios de anunciar como os almanaques e multiplicam-se os cartazes, não de livros como se via no período anterior, mas também de espetáculos, produtos e serviços. Surge também a impressão litográfica, que permite gravar desenhos em pedras e em folhas metálicas.
1865 - 1913
Este período marca o arranque do capitalismo liberal, do desenvolvimento das comunicações, de uma ligação mais ágil com a Europa e do arranque das marcas, que teve um impacto significativo na publicidade e na criação de ilustrações. Marca também o início da imprensa popular. A primeira grande alteração foi desenvolvida pelo Diário de Notícias, em 1865.
“Desenvolveu uma ideologia da publicidade que é muito interessante […] introduziu o preço barato como norma do jornal, portanto, o jornal era vendido muito abaixo do preço de custo. Era uma parte bastante pequena do preço de custo do jornal e depois também introduziu os ardinas em Portugal”, conta o autor.
1914 - 1959
A Implementação da República, em 1910, e o início da Primeira Guerra Mundial foram acontecimentos importante para o país. Em 1914 surge a publicidade profissionalizada, que à época se chamava publicidade científica, e é também neste ano que surge a primeira agência publicitária do país, o Escritório Técnico de Publicidade, pela mão de Raul Caldevilla. A expressão publicitária foi enriquecida com o cinema e, no fim dos anos 20, com a rádio.
Foi também o auge da impressa diária, um período próspero que se estende até ao final do século XX.
1960 - 2000
O ano de 1960 marca a entrada da EFTA (European Free Trade Association) em Portugal, o que fortaleceu a ligação à Europa. A abertura da economia, já em democracia, marca o arranque da sociedade de consumo. O auge da sociedade de consumo levou ao período áureo das agências de publicidade, altura em que surge o marketing nas grandes empresas. “Salazar percebeu que era preciso acabar com o ‘orgulhosamente sós’ e abrir o regime ao comércio, à indústria e os países estrangeiros”.
A RTP, em 1957, trouxe um novo paradigma de anúncio: o spot publicitário, que se tornou predominante face aos outros meios.
2000 - 2022
A mudança do milénio trouxe o digital e a internet, que mudaram radicalmente o paradigma da publicidade. O spot publicitário, como era chamado, foi destronado pelas redes sociais, que tornou a publicidade mais “agressiva e descontrolada”. As agências publicitárias perderam relevância, a imprensa entrou em crise e a atenção dos consumidores virou-se para os influencers. Toda a criatividade também se adapta ao mundo digital e à nova forma de comunicar.
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