Enfrentando demissões: o desafio dos líderes

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A opinião de Luciana Cani
Enfrentando demissões: o desafio dos líderes
30 de Julho de 2024
Enfrentando demissões: o desafio dos líderes
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Enfrentando demissões: o desafio dos líderes
Luciana Cani
Diretora Criativa Executiva da AKQA Portland
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Parte do papel de um líder é tomar decisões difíceis, e demitir alguém é, na minha opinião, uma das mais desafiadoras.


Já estive dos dois lados: o de quem demite e o de quem é demitido. Acredito que ter passado por ambas as experiências me ajudou a entender melhor o impacto desse momento. A demissão afeta profundamente a vida do colaborador, sua autoestima, sua estabilidade financeira e familiar.


Existem testemunhos de executivos que implementaram o que chamam de "separação transparente". Este é um processo gradual que envolve vários estágios de conversas, onde o colaborador compreende que será desligado em algum momento e é encorajado a procurar um novo emprego enquanto ainda está empregado. Infelizmente, esse método vai contra as diretrizes comuns das grandes corporações: ser direto, rápido, cortar o acesso ao escritório e ao e-mail imediatamente, visando proteger a informação e a empresa de qualquer processo jurídico.


Apesar dessas diretrizes, é crucial encontrar uma maneira de tornar esse momento o mais humano possível. A forma como conduzimos a demissão de um funcionário reflete diretamente a cultura da empresa. Não se pode esquecer os valores e princípios promovidos diariamente, especialmente em um momento tão sensível quanto o de demitir alguém. É importante o que se fala e como se fala. Explicar o motivo e mostrar empatia é o mínimo que um líder pode fazer.


As demissões afetam não apenas aqueles que perdem seus empregos, mas também aqueles que permanecem. Isso acontece especialmente quando as demissões são em massa, afetando um grupo grande de colaboradores. Estudos mostram que os "sobreviventes" das demissões experimentam um declínio substancial na satisfação no trabalho (-41%), no desempenho no trabalho (-20%) e na intenção de permanecer na empresa (-36%).


Durante esse momento de grande insegurança para os colaboradores que permanecem na empresa, o silêncio da liderança é a pior resposta possível.


Abrir espaço para diálogos e questionamentos após o ocorrido é fundamental a fim de aliviar temores ou oferecer apoio. Porém, essa comunicação deve ser contínua, não apenas em momentos críticos.


Se a cultura da empresa é baseada em comunicação e transparência, os colaboradores devem receber feedback constante sobre seu desempenho e serem regularmente informados sobre a situação financeira da empresa. Quando ocorrerem demissões, elas não devem ser uma surpresa.


Em qualquer organização, decisões difíceis e impopulares são inevitáveis. O que diferencia um líder eficaz é a capacidade de comunicar, proporcionando o contexto necessário por trás de cada uma delas.



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