À medida que Portugal enfrenta mais uma crise política, desencadeada pelo chumbo da moção de confiança do PSD, a forma como os partidos irão comunicar nas próximas eleições ganha uma importância central.

Infelizmente é frequente assistirmos ao jogo de culpas, onde cada partido prefere transferir responsabilidades para os seus adversários, em vez de apresentar soluções. Esta abordagem, embora comum, não contribui para o desenvolvimento de ideias nem para a estabilidade política de que tanto necessitamos.

Os cidadãos merecem uma comunicação política que inspire confiança, esperança e projete um futuro promissor. Assim como a comunicação que é apresentada nos discursos de figuras incontornáveis que mudaram o mundo, a política também deve transmitir mensagens que toquem as emoções e alimentem a esperança num Portugal melhor. Neste cenário é imperioso que as agências de comunicação dos partidos se afastem da negatividade, da mesquinhez e das influências externas, mas antes se concentrem em promover diálogos positivos e construtivos.

Imaginemos um cenário onde, em vez de ataques pessoais, se ouvissem propostas concretas que abordassem as reais preocupações dos portugueses. A história tem demonstrado que campanhas baseadas na esperança e na união têm um poder transformador. Quando os partidos partilham como pretendem melhorar o país, com ideias concretas, criam uma ligação emocional que transcende diferenças partidárias. Este é o tipo de comunicação que deve prevalecer em tempos de incerteza.

Por isso, a todos os  líderes políticos e às suas equipas de comunicação: vejam para além das disputas partidárias e concentrem-se em construir pontes. Portugal precisa de uma política que una, não que divida. Juntos, serão capazes de ultrapassar com mais clarividência os desafios que enfrentamos, ainda para mais num momento de conflito internacional, em que o foco devia ser olhar para fora e não só para dentro.