Imagina se o teu nome fosse uma porta de entrada para todo o teu mundo digital. E se, em vez de seres apenas mais um utilizador numa rede social, tivesses um espaço teu: único, pessoal, permanente?

Parece exagero? Não é. É exatamente isso que está a acontecer com os nomes de domínio.

Durante anos, pensámos nos domínios da Internet como placas na estrada digital: queres ir por aqui, ou por ali? Úteis, mas aborrecidas. Nos dias de hoje, estão a transformar-se em algo muito mais poderoso: extensões da nossa identidade. Ter um domínio como mariaalbertina.pt ou renato.tech já não é só ter um site. É uma afirmação. É como usar uma t-shirt personalizada com uma mensagem forte. Ou fazer uma tatuagem com significado pessoal.

Num mundo onde passamos metade da vida online, o domínio já não é só um endereço na web, é quem tu és.

Além disso, já não vivemos no tempo em que era uma aposta de inovação ter um .com ou um .net. Hoje existem domínios de topo como o .tech, .eco, .ai, .life, e há também os ccTLDs (country code top-level domain), como o .pt, para uma expressão mais aliada à identidade nacional. É como se o vocabulário da Internet tivesse explodido. Isso traz liberdade, mas também confusão. Como escolher o melhor? Qual é o que te representa melhor? E será que é aceite por todos os browsers e antivirus? (sim, alguns domínios de topo novos são bloqueados por antivirus).

Também há domínios que não pertencem a ninguém... e ao mesmo tempo pertencem a ti para sempre. Com tecnologias emergentes como o Ethereum Name Service (ENS), podes ter um domínio que vive num sistema descentralizado. Não está registado numa organização, mas sim na blockchain. Ninguém o pode tirar de ti, nem renovar, nem bloquear. É teu, e pode ser usado para muito mais do que um site - pode ser a tua carteira digital, o teu login para serviços Web3, o teu passaporte para o futuro online. No entanto, se o perderes também ninguém te pode ajudar a recuperá-lo...

Uma outra tendência poderosa é que os domínios estão a tornar-se mais locais, mais diversos, mais humanos. Já vemos nomes de domínio em idiomas que antes não tinham espaço na web, usando acentos e cedilhas por exemplo. Através de IDN (Internationalized Domain Names) estes domínios podem ser usados tanto para websites como email, mas podem acarretar alguns desafios ao nível de suporte de teclados, serviços de email, (des)confiança dos destinatários e, uma vez mais, bloqueios de anti-virus.

Os domínios não são só para empresas ou projetos. São cada vez mais para pessoas. São para ti. Num tempo em que a identidade digital é tão valiosa quanto a física, ter um domínio é como plantar a tua bandeira num novo território. E a pergunta não é "será que preciso disto?", mas sim: "Quero que a minha presença online dependa de plataformas que não controlo - ou quero construir algo que é meu de verdade?"

A resposta, para quem quer marcar presença no futuro digital, parece clara. E, em preparação para o futuro, não substimes o poder do teu nome online.