Por muito tempo, o mundo corporativo viu profissionais ocupados e com agendas lotadas como símbolo de sucesso. A crença era de que a falta de tempo e o sucesso eram inseparáveis. Ser workaholic não era visto como um problema, mas sim como um sinal de comprometimento com o trabalho.

Lembro-me do início da minha carreira, em uma era pré-LinkedIn, quando obter feedback sobre o nosso trabalho exigia marcar reuniões com profissionais do setor para apresentar o portfólio. Raramente era atendida pontualmente; era comum aguardar horas na recepção da agência. Certa vez, esperei por três horas além do horário marcado, apenas para ter a entrevista adiada para outro dia porque o diretor criativo estava muito ocupado. Naquela época, eu não via esse comportamento como algo anormal para alguém bem-sucedido.

Havia um certo orgulho entre aqueles que se declaravam sem tempo para nada, tanto dentro quanto fora do ambiente de trabalho. Desmarcavam compromissos de última hora com a família e os amigos, enquanto no trabalho deixavam colegas esperando em reuniões e decisões diárias.

Ter um trabalho exigente era sinônimo de importância e prestígio.

Com o tempo, esse conceito começou a envelhecer gradualmente, e os profissionais ocupados passaram a ser vistos como desorganizados, com dificuldade para priorizar tarefas ou delegar responsabilidades.

A ideia de que muitas horas de trabalho significam produtividade também foi desafiada. Na verdade, muitas vezes, o contrário é verdadeiro: o excesso de trabalho pode refletir insegurança e falta de confiança na tomada de decisões.

Hoje em dia, entendemos que a produtividade não está simplesmente relacionada com o volume de trabalho, mas sim com o foco e a eficiência. O verdadeiro sucesso profissional não é estar sempre ocupado, mas sim em trabalhar de forma inteligente, gerindo a quantidade de horas trabalhadas e o impacto do trabalho realizado, priorizando tarefas importantes e encontrando um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal.