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Encontrar o Target certo é uma espécie de Santo Graal no mundo da comunicação, em que procuramos definir de um modo quase que científico o alvo a quem queremos dirigir a nossa mensagem.
Para isso, analisamos características demográficas, psicológicas, geográficas e comportamentais, para conseguirmos traçar um retrato o mais fiel possível da nossa audiência. Tentamos ir ainda mais além e calçar os seus “sapatos” e traçar o retrato do seu dia-a-dia, os hábitos, os meios que consome, em que momentos e de que forma.
Mas, até que ponto é que este trabalho de fundo nos leva efetivamente ao encontro de um target certo ou na verdade, até que ponto existe o target certo?
Já Fernando Pessoa, exímio na arte de transformar as coisas mais simples do quotidiano em poesia, demonstrou-o de forma única, através dos Heterónimos, a multiplicidade de personalidades em que nos podemos desdobrar a partir de uma só identidade.
Da simplicidade de Alberto Caeiro, à sabedoria inspirada de Álvaro de Campos, passando ainda pelo epicurismo de Ricardo Reis, um labirinto de diferentes personalidades e traços criadas pela mão e identidade de uma só pessoa.
No mundo da comunicação e Marketing a realidade não é muito diferente e a persona a quem atribuímos características tão exatas, facilmente pode oscilar entre vários registos. De um pai num festival para crianças para alguém que assiste à sua banda favorita num festival de verão ou de um empresário de topo para alguém que calça os ténis e vai correr de manhã antes do trabalho, estas podem ser várias pessoas ou apenas uma só, em registos e contextos diferentes.
Mas esta multiplicidade de contextos pode criar igualmente uma diversidade de oportunidades, para comunicar de forma diferente e adaptada. Cabe às marcas ter a capacidade de escolher bem os momentos para comunicar e saber tirar partido das ferramentas certas.
A personalização na comunicação é uma ferramenta poderosa que permite aumentar a relevância e que promete transformar a forma como as marcas vão comunicar no futuro. Aproveitar os diferentes momentos e contextos em que impactamos o nosso target, para entregar mensagens personalizadas e adaptadas ao momento, tornando a comunicação cada vez mais pertinente.
Segundo um estudo da Accenture 91% dos consumidores está mais predisposto a comprar uma marca que comunique de forma personalizada e com ofertas adaptadas.
Ser relevante no momento certo e com a mensagem adequada, sem ser intrusivo, um verdadeiro desafio para as marcas, que têm de se reinventar nestes múltiplos contextos, sem perder ainda a sua personalidade.
Mas, na verdade, será que as próprias Marcas têm apenas uma identidade?
Como já dizia Fernando Pessoa, “A minha arte é ser eu, eu sou muitos”.
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