Como a inteligência artificial está a transformar o recrutamento

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A opinião de Luciana Cani
Como a inteligência artificial está a transformar o recrutamento
17 de Abril de 2025
Como a inteligência artificial está a transformar o recrutamento
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Como a inteligência artificial está a transformar o recrutamento
Luciana Cani
Diretora Criativa Executiva da AKQA Portland
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Esta semana, soube da experiência de uma pessoa que, após meses à procura de uma nova oportunidade, finalmente foi chamada para uma entrevista. No entanto, o que parecia ser o primeiro passo para um recomeço acabou por se tornar numa surpresa desconcertante: quem conduziria a entrevista não era um ser humano, mas sim um assistente de inteligência artificial.


Já ouvimos falar sobre o uso da IA na filtragem de currículos, no início, fazia-se apenas uma triagem automática baseada em palavras-chave. Agora, o novo passo é delegar toda a entrevista inicial a um sistema automatizado.


De acordo com um estudo da Resume Builder, que entrevistou 948 líderes empresariais em outubro de 2024, metade das empresas já utiliza IA no processo de recrutamento e 68% planeiam adotá-la até ao final de 2025.

Do ponto de vista das empresas, os benefícios são claros: maior agilidade na avaliação de um número crescente de candidatos por vaga, redução de custos e um processo supostamente mais neutro e justo. No entanto, este último argumento é questionável, já que os sistemas de IA são treinados com base em perfis de sucesso preexistentes, o que pode perpetuar padrões do passado. Muitas empresas afirmam que a IA apenas classifica os candidatos, deixando a decisão final para o gestor de contratação.


Para os candidatos, além da promessa de uma experiência mais padronizada, fala-se até na possibilidade de uma entrevista "gamificada". Em alguns sistemas, é possível escolher o avatar que conduzirá a conversa. Mas, para muitos, estas entrevistas deixam um sabor amargo. Há relatos de experiências despersonalizadas e mecânicas. A sensação mais comum? Estar a falar para o vazio. Numa entrevista tradicional, o candidato guia-se pelas expressões, pelo ritmo, pela empatia do interlocutor. Mas como se orientar ao interagir com um avatar?


Se do lado de quem procura emprego já há desconforto, do outro lado do processo o cenário também é preocupante. Segundo a consultora Gartner, até 2028, um em cada quatro candidatos a nível global poderá ser falso. O FBI alertou recentemente para o uso de deepfakes por cibercriminosos que se candidatam a empregos remotos utilizando identidades roubadas, vídeos falsos e vozes manipuladas para aceder a dados sensíveis das empresas.


Estamos, portanto, perante um paradoxo inquietante. O futuro do recrutamento está, sem dúvida, a mudar. Mas será que em nome da eficiência, estaremos a abdicar da intuição?


Porque, no fim do dia, uma entrevista de emprego continua a ser mais do que uma triagem técnica. É um encontro entre duas partes à procura de confiança mútua, onde a empatia e a leitura de sinais subtis são fundamentais. É isso que nos permite perceber o brilho nos olhos de um candidato ao falar de um projeto, a sua resiliência ao partilhar uma história de fracasso, ou o seu alinhamento genuíno com os valores de uma empresa. É sentir o que está por trás das palavras, captar nuances e estabelecer ligações para além do currículo.

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