A palavra Crise surgiu no vocabulário da medicina para designar o momento na evolução entre o agravamento ou a cura. Esta palavra encontra também no imaginário chinês uma dupla conotação, em que o caracter weiji, decomposto nos seus dois ideogramas, representa tanto perigo, risco (wei), como oportunidade (ji).

Em momentos de turbulência económica muitas marcas enfrentam verdadeiro desafios, como a incerteza no mercado, ameaças em termos de reputação e índice de confiança do consumidor ou mesmo uma quebra direta nas vendas e indicadores de performance de negócio.

Mas será que a dualidade da palavra pode também aplicar-se ao mundo das marcas?

A verdade é que as crises económicas costumam gerar mudanças no comportamento do consumidor e com isso as marcas podem tirar partido do momento e agir estrategicamente para saírem assim mais fortes e competitivas.

A Airbnb, que nasceu da ideia de dois anfitriões que receberam três hóspedes na sua casa em São Francisco e que conta hoje com mais de 5 milhões de anfitriões, ou a Uber que iniciou a sua viagem timidamente em plena crise e que tem atualmente mais de 150 milhões de utilizadores mensais, são dois exemplos de marcas que em plena crise financeira, em 2018, tiraram partido de contextos menos positivos para se lançarem no mercado.

Alguns anos mais tarde, durante a Pandemia, criou-se igualmente um período catalisador de grandes polos de inovação e oportunidade para as marcas que souberam aproveitar o momento.

A Microsoft e a Google potenciaram os seus negócios com as ferramentas de reuniões virtuais para dar resposta à explosão do trabalho remoto, e marcas de luxo como a Louis Vuitton conseguiu garantir o crescimento mesmo num contexto não favorável, através da aposta em desfiles e experiências online e coleções exclusivas, provando que a Inovação é fundamental para o crescimento.

O atual contexto de instabilidade política e económica está a trazer muitos desafios nas mais diversas áreas sendo igualmente um período de oportunidade para o marketing e para as marcas. Para isso é necessário que exista um reposicionamento estratégico constante, através de análise e predição, para uma maior adaptação e personalização e para uma maior relevância no momento de comunicar.  

Marcas que se sabem adaptar e usar a tecnologia e a criatividade sairão certamente mais fortalecidas de momentos de crise e mudança!

Como Albert Einstein referiu “Não pretendamos que as coisas mudem, se fizermos sempre o mesmo. No meio da crise, reside a oportunidade de encontrar algo novo”.