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Há 15 anos a Dove lançava a campanha
"Evolution" com o foco na manipulação de imagens na publicidade, numa
crítica ao uso excessivo de ferramentas como o Photoshop.
Hoje, a marca volta a pronunciar-se sobre a manipulação
digital, que se transformou global e não apenas um problema das grandes indústrias ou os fotógrafos profissionais. A marca descobriu mesmo que
2 em cada 3 raparigas tentam editar pelo menos um aspeto do seu corpo antes de
publicarem uma fotografia.
“Sem dúvida que as redes sociais se tornaram num
espaço que fomenta a autoexpressão e a criatividade dos jovens, mas aquilo que
temos visto é que quando os filtros são mais utilizados para criar padrões de
beleza irreais do que como forma de entretenimento, então estamos a falar de
consequências negativas para a autoestima dos jovens, que se sentem
pressionados em manipular a sua imagem até atingir uma perfeição, que nem
sequer existe na vida real”, alerta em comunicado Firdaous El Honsali, diretora
global de comunicação e sustentabilidade da Dove.
"Reverse Selfie" é a nova campanha da
marca que vem chamar a atenção para a forma como a distorção digital está a
fragilizar a autoestima dos jovens e releva dados preocupantes. O estudo
"Detoxify Beauty", realizado no âmbito da campanha, foi conduzido em
10 países, incluindo em Portugal, com o objetivo de avaliar como as redes
sociais e a manipulação digital estão a impactar os comportamentos e o
quotidiano das gerações mais novas.
Em Portugal, 76% das raparigas com 13 anos
usam filtros ou recorrem a aplicações para mudar a sua aparência nas
fotografias. Em média, têm 12 anos quando utilizam pela primeira vez este tipo
de funcionalidades. 64% das raparigas tentam editar ou esconder pelo menos uma
característica do seu corpo antes de publicarem uma fotografia de si mesmas.
Mas os dados não ficam por aqui: 41% das jovens com baixa autoestima preferem
ver-se em fotos editadas e 25% lamentam que na vida real não posso
assemelhar-se à pessoa que mostram online.
São precisas, em média, 9 selfies de
"tentativa" até que as jovens consigam uma fotografia que gostem para
publicar nas redes sociais e 45% das raparigas gastam mais de 10 minutos a
preparar-se para uma selfie.
No entanto, a maioria das inquiridas
gostaria que as redes sociais fossem mais representativas da beleza feminina
(63%) e que isso contribuiria para que fossem raparigas mais confiantes. Já 59%
gostavam que as influenciadoras digitais representassem verdadeiramente
diferentes tipos de beleza nas redes sociais.
Apenas metade das jovens consideram que as
redes sociais são um fator positivo nas suas vidas e pouco mais de metade (59%)
que podem ser elas mesmas nas redes sociais.
"Estamos perante uma geração que
procura nas redes sociais a validação dos outros por via dos likes ou dos
comentários, quando seria muito mais benéfico que as redes sociais fossem
verdadeiramente um espaço onde os jovens se pudessem autoexpressar livre e
criativamente, sem receio da opinião dos outros", explica a psicóloga Filipa
Jardim da Silva.
A profissional alerta ainda para as
consequências a longo prazo que a manipulação digital poderá ter na
personalidade e autoestima dos jovens. "A partir do momento em que uma
adolescente manipula continuamente a sua imagem nas redes sociais, na tentativa
de alcançar padrões de beleza que não correspondem à vida real, está a
alimentar uma falsa autoestima, o que reduz a sua qualidade de vida. A
insegurança e a autocrítica permanentes minam a forma como o jovem se vê, como
se relaciona com os outros e como toma decisões. Assim, há um risco aumentado
de estados de ansiedade e depressão, as relações sociais e amorosas são
prejudicadas, há um impacto negativo no desempenho académico e verifica-se uma
vulnerabilidade acrescida para o desenvolvimento de distúrbios de comportamento
alimentar, bem como do consumo de substâncias”, explica.
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