É um target que ganha cada vez mais destaque dentro das estratégias que as marcas desenvolvem. No entanto, nem todas continuam a saber falar da forma mais correta com eles. Quem são, afinal, os «millennials»?

“Mobilidade e natalidade são provavelmente as palavras que melhor definem este grupo. São pessoas que nasceram e viveram todo um contexto em que a estabilidade de vida das gerações anteriores já não se lhes aplica, têm que estar preparados para um mundo em movimento, e estar preparados para em cada momento ter que zarpar para outras paragens dentro do país e fora do país. E também são pessoas que tendencialmente tendem a ter menos amarras em relação ao local onde estão”, afirma Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca.

Uma geração multiplataforma que, graças à digitalização e ao mais fácil acesso à informação, é mais sensível a tudo o que tem a ver com a autenticidade e transparência das mensagens das marcas. Estas têm de ter “a consciência de que se tiverem a oferecer algo que o consumidor percebe como excessivo em relação ao produto que está a adquirir provavelmente a sua opção será outra”, alerta.

Nesta época digital as marcas investem em influenciadores para comunicarem mais eficazmente com o seu público-alvo. Será que estão a adotar esta estratégia da melhor forma? “A marca tem de perceber uma coisa quando se mete neste tipo de mercado e com este tipo de influenciadores: tem de saber respeitar a sua identidade. Eu não posso obrigar o influenciador a adotar os meus padrões como marca porque estou a descaracterizar a sua identidade e isso não é bom para a forma como ele vai comunicar”, explica José Borralho, Presidente-Executivo do Produto do Ano, após a conferência “Os Millenialls e a Inovação”, realizada no NewsMuseum, em Sintra.

No futuro vai colocar-se a questão de como é que estes consumidores vão olhar para a forma como os YouTubers e bloggers e comunicam as marcas, e até que ponto são conteúdos espontâneos ou conteúdos pagos. Uma ideia tem que estar bem assente: “quem está dentro das empresas tem de perceber que a mensagem não é exclusiva para cada target. Tem de ter uma mensagem um bocadinho mais alargada. (…) Temos que encarar os millennials num plano de comunicação muito mais amplo, que abraja todos os outros consumidores”, afirma Pedro Pimentel. Até porque não nos podemos esquecer que a população com mais de 45 anos é quem tem hoje a maioria do poder de compra.