Aportar valor ao que valor tem!

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A opinião de Pedro Machado
Aportar valor ao que valor tem!
16 de Fevereiro de 2018
Aportar valor ao que valor tem!
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Portugal, tem na essência da sua história e desenvolvimento, a atividade primária da agricultura. A sábia arte de trabalhar a terra, de saber mimá-la e trata-la, consoante os seus ciclos, e a capacidade de conseguir dela produtos de elevadíssima qualidade.


No entanto, antes da adesão à CEE a agricultura portuguesa evidenciava um baixo grau de desenvolvimento: com os produtos portugueses a ter de competir a preços mais baixos do que os até aí existentes, contando com um capital humano e uma estrutura tecnológica claramente em desvantagem em relação aos restantes parceiros europeus.


Recuando até 1962, a Política Agrícola Comum (PAC) europeia pretendeu aumentar a produtividade agrícola, assegurar o abastecimento regular de géneros alimentares, estabilizar o preço dos produtos agrícolas e garantir aos agricultores rendimentos mais justos. Apesar do sucesso desta política em muitos aspetos, esta fez-se acompanhar por efeitos secundários negativos, como os desequilíbrios ambientais – p.e., a sobrexploração da terra e a prática intensiva de cultivo; a criação de excedentes; o excesso de protecionismo aos produtos comunitários; e o aumento do peso no Orçamento da EU das despesas agrícolas.


Paralelamente, fruto de variadíssimos fatores, durante um longo (e excessivo) período, muita desta terra foi ficando ao abandono, com o fenómeno da migração dos centros rurais para os urbanos, procurando mais e melhor condições de vida.


Esta é, porém, uma realidade que se espera ultrapassada. O objetivo é que, atualmente, todos os produtores sejam capazes de sobreviver pelos seus próprios meios, no mercado da UE e no mercado mundial e que o consumidor tenha à sua disposição uma escolha ampla a preços justos.


A solução? Apostar-se na diferenciação, nomeadamente na produção de produtos biológicos e produtos alimentares com certificado de origem e rótulo de qualidade. Atualmente, a agricultura biológica ainda é um nicho em Portugal mas o consumo já é maior que a produção, representando cerca de 20 milhões de euros.


Os agricultores têm necessariamente de se transformar em empresários agrícolas, mais inovadores, empreendedores e dominando as novas tecnologias. A este nível começa já a aparece, com alguma expressão, uma geração mais nova e qualificada, com capacidade e recursos para requalificar o sector, que tradicionalmente tem sido pouco atrativo a esta faixa populacional.


O Centro de Portugal tem a este nível alguns exemplos de excelência, com alguns projeto já premiados, em território nacional e internacional. Desde os tradicionais queijos até às frutas, de oeste a leste de Portugal, proliferam projetos de jovens empreendedores, que trabalham produtos endógenos desta região, nomeadamente, associados à Pera Rocha do Oeste e à Maçã de Alcobaça; à Aguardente da Lourinhã; em Leiria aos tradicionais Queijinhos de Azeite e às Morcelas de Arroz; em Coimbra, o Queijo Rabaçal, e o Mel da Serra da Lousã assumem-se como marcas fortes; na Ria de Aveiro, o Bacalhau é rei e senhor, e os ovos-moles são já uma marca incontornável. Por terras de Viseu, as frutas assumem um lugar proeminente, em especial a Maçã da Beira Alta, bem como a Maçã Bravo de Esmolfe, ou a Vitela de Lafões.


Na Serra da Estrela, uma das nossas marcas mais fortes: o queijo da Serra da Estrela, ou o Cabrito da Beira; e em Castelo Branco e deixe-se maravilhar pelo Queijo Amarelo da Beira Baixa, bem como pelo Cabrito da Beira. Nesta região, também o Azeite se tem assumido e valorizado, como um produto de qualidade acima da média europeia, e que merece, portanto a respetiva valorização.


Azeite, queijo, carne, doçaria tradicional, bacalhau, fruta, (…), são produtos que, pela sua extraordinária qualidade, devem apostar em design, marketing e numa promoção nacional e internacional, que corresponda ao seu valor. Merecem os portugueses que, acima de tudo, sejamos nós mesmos os primeiros a dar valor ao que produzimos! Produzir e vender “a granel”, a investidores estrangeiros, que colocam o produto a preços inflacionados no mercado, adulterando a origem do mesmo, não é, definitivamente o caminho.


Portugal e os Portugueses devem aportar valor, ao que valor têm! Afinal, já diz o velho ditado, “se não gostarmos de nós, quem gostará?”

Aportar valor ao que valor tem!
Pedro Machado
Presidente da Entidade Regional Turismo do Centro de Portugal

Portugal, tem na essência da sua história e desenvolvimento, a atividade primária da agricultura. A sábia arte de trabalhar a terra, de saber mimá-la e trata-la, consoante os seus ciclos, e a capacidade de conseguir dela produtos de elevadíssima qualidade.


No entanto, antes da adesão à CEE a agricultura portuguesa evidenciava um baixo grau de desenvolvimento: com os produtos portugueses a ter de competir a preços mais baixos do que os até aí existentes, contando com um capital humano e uma estrutura tecnológica claramente em desvantagem em relação aos restantes parceiros europeus.


Recuando até 1962, a Política Agrícola Comum (PAC) europeia pretendeu aumentar a produtividade agrícola, assegurar o abastecimento regular de géneros alimentares, estabilizar o preço dos produtos agrícolas e garantir aos agricultores rendimentos mais justos. Apesar do sucesso desta política em muitos aspetos, esta fez-se acompanhar por efeitos secundários negativos, como os desequilíbrios ambientais – p.e., a sobrexploração da terra e a prática intensiva de cultivo; a criação de excedentes; o excesso de protecionismo aos produtos comunitários; e o aumento do peso no Orçamento da EU das despesas agrícolas.


Paralelamente, fruto de variadíssimos fatores, durante um longo (e excessivo) período, muita desta terra foi ficando ao abandono, com o fenómeno da migração dos centros rurais para os urbanos, procurando mais e melhor condições de vida.


Esta é, porém, uma realidade que se espera ultrapassada. O objetivo é que, atualmente, todos os produtores sejam capazes de sobreviver pelos seus próprios meios, no mercado da UE e no mercado mundial e que o consumidor tenha à sua disposição uma escolha ampla a preços justos.


A solução? Apostar-se na diferenciação, nomeadamente na produção de produtos biológicos e produtos alimentares com certificado de origem e rótulo de qualidade. Atualmente, a agricultura biológica ainda é um nicho em Portugal mas o consumo já é maior que a produção, representando cerca de 20 milhões de euros.


Os agricultores têm necessariamente de se transformar em empresários agrícolas, mais inovadores, empreendedores e dominando as novas tecnologias. A este nível começa já a aparece, com alguma expressão, uma geração mais nova e qualificada, com capacidade e recursos para requalificar o sector, que tradicionalmente tem sido pouco atrativo a esta faixa populacional.


O Centro de Portugal tem a este nível alguns exemplos de excelência, com alguns projeto já premiados, em território nacional e internacional. Desde os tradicionais queijos até às frutas, de oeste a leste de Portugal, proliferam projetos de jovens empreendedores, que trabalham produtos endógenos desta região, nomeadamente, associados à Pera Rocha do Oeste e à Maçã de Alcobaça; à Aguardente da Lourinhã; em Leiria aos tradicionais Queijinhos de Azeite e às Morcelas de Arroz; em Coimbra, o Queijo Rabaçal, e o Mel da Serra da Lousã assumem-se como marcas fortes; na Ria de Aveiro, o Bacalhau é rei e senhor, e os ovos-moles são já uma marca incontornável. Por terras de Viseu, as frutas assumem um lugar proeminente, em especial a Maçã da Beira Alta, bem como a Maçã Bravo de Esmolfe, ou a Vitela de Lafões.


Na Serra da Estrela, uma das nossas marcas mais fortes: o queijo da Serra da Estrela, ou o Cabrito da Beira; e em Castelo Branco e deixe-se maravilhar pelo Queijo Amarelo da Beira Baixa, bem como pelo Cabrito da Beira. Nesta região, também o Azeite se tem assumido e valorizado, como um produto de qualidade acima da média europeia, e que merece, portanto a respetiva valorização.


Azeite, queijo, carne, doçaria tradicional, bacalhau, fruta, (…), são produtos que, pela sua extraordinária qualidade, devem apostar em design, marketing e numa promoção nacional e internacional, que corresponda ao seu valor. Merecem os portugueses que, acima de tudo, sejamos nós mesmos os primeiros a dar valor ao que produzimos! Produzir e vender “a granel”, a investidores estrangeiros, que colocam o produto a preços inflacionados no mercado, adulterando a origem do mesmo, não é, definitivamente o caminho.


Portugal e os Portugueses devem aportar valor, ao que valor têm! Afinal, já diz o velho ditado, “se não gostarmos de nós, quem gostará?”

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